sábado, 3 de novembro de 2012

Despertando no entardecer.



Era fim de tarde.
Tinha passado pelo menos uma hora sentada na areia, na impecável praia do Jurerê Internacional de Florianópolis – SC.
De areia límpida e águas cristalinas, Ser ali é uma linda experiência.
O silêncio, a limpeza, a beleza e o estilo fazem deste local um lugar de personalidade.
Ao longe, céu em tons de azul mais denso, mostrava que lá chovia. Raios brincavam, e o vento do sul refrescava o crepúsculo daquele domingo.
Com reverências me retirei e seguindo o sentido oposto do oceano, caminhava.
Atravessei o sofisticado calçadão, naquele bairro nada está fora do lugar.


Foi ao atravessar a rua que tive um sobressalto: vi entre prédios um pôr-do-sol impressionante. O lilás e o rosa eram gritantes. Os morros que cercavam o Jurerê estavam à frente do soberano sol, autor do espetáculo vivo. 

E impaciente estava a procurar como fazer para chegar do outro lado dos morros para poder apreciar na íntegra aquela beleza. Não haviam pessoas por ali, e eu me coloquei a andar angustiada a procura de uma informação. Não me conformava em perder aquele momento... e foi com a mesma intensidade que tive um outro sobressalto seguido do conforto da tomada de consciência.
Uma grande árvore me atraiu, ao fundo o show de cores no céu, e eu a ouvi:




                      “Acalme-se.


Perceba à sua volta.
O momento é aqui, não é em outro lugar. O presente é aqui, não é lá. Se fosse lá, você estaria lá. Mas você está aqui, ESTEJA AQUI.”



E então me tornei integrante de uma fascinante poesia viva.


Eu sou a árvore, a árvore sou eu. Eu sou a imensidão em beleza. Eu sou o encanto e potência das cores, as cores sou eu. Eu sou com o infinito, o infinito é comigo.
Eu sou o mistério da Vida.
Eu sou Luz e eu sou Sombra.
E é na fotografia que escrevo o poema do meu despertar.



Andréa cAMARgo