quarta-feira, 14 de setembro de 2016



Uma Borboleta estava no meio do caminho hoje. Parada.
Estava no quintal, no concreto, e por isso me chamou atenção, não é comum borboletas ficarem no sol no concreto; assim do nada e por longo tempo.
Cheguei perto. Mais perto. Mais perto. Ela pouco se movia.
Nossa! como pode ser tão linda?
Amarela/creme com bolinhas brancas que a molduravam, e nas perninhas risquinhos brancos também, e ainda na ponta das anteninhas uma bolinha amarela :) combinando com o "vestido", claro. Eu a senti como sendo uma Borboleta bem vivida. Tem histórias interessantes para contar. Certeza que já presenciou muitas flores desabrocharem no majestoso silêncio do romper da madrugada. Certeza que já se emocionou ao presenciar humanos sorrirem para ela.
Mas ela pouco se movia.
- Que se passa?
Ela não respondeu.
Também não demostrou ansiedade com minha presença.
O vento bateu leve, e suas duas asas foram para o lado, ela chegou a deitar, mas com esforço voltou. Ela parecia sem força.
-Querida amiga, será que chegou a hora de sua transmutação para o Céu das Borboletas? na minha frente??????
Eu tomei a liberdade em tocar em suas asas e tira-la dali. Coloquei em sombra, na terra fresca, logo abaixo do pé de graviola.
Ela mexeu as longas e elegantes pernas. Mas permaneceu onde a deixei.
Apesar de minha angústia, me esforcei para transcender a esse sentimento. De nada ajudaria ficar assim perto dela. Ela poderia ficar triste ao me ver triste por ela. Então comecei a imagina-la feliz, fortalecida, levantando vôo e desfrutando da vida. Imaginei a envolvida por uma Luz Branca Poderosa e Amorosa que a protegia. Emanando Esperança envolvi então meu coração com a mesma Luz. E entreguei. Aceitação do que tiver que ser. Mesmo que eu não entenda.
Fui fazer o café.
Fiquei refletindo e me abrindo para o entendimento da mensagem. O que a Borboleta quis me ensinar nesta manhã? Qual o aprendizado? Ainda estou muito emocionada para raciocinar.
Procurei tomar o café sem condicionar os pensamentos.
Após ouvir mantras, e ainda emanando Luz para a Borboleta, em mim chegaram algumas respostas;
Eu fiz oque eu podia fazer, aceitei que há coisas na vida que não temos controle.
Um pranto.
E também vieram perguntas.
Me questionei o quanto de vida vivi até agora. Eu já tenho alguns anos de "vôo". Em menos de 1 mês completo 42 nesta vida.
Quanto estou presente nos meus atos?
Quanto do que faço no dia a dia, é oque minha Alma realmente quer?
Já "voei" por todos os "jardins" que desejo?
Tenho consciência que os meus movimentos influenciam o ambiente?
Quando chegar a hora (que pode ser a qualquer momento, bem sabemos) de minha transmutação para o Plano Maior, estarei em Paz? Segura? Satisfeita com a vida vivida? Grata pela oportunidade de viver no Planeta Terra?
Este café que bebo agora, está sendo realmente apreciado? Estou com presença quando alimento meu corpo? Estou com presença quando alimento minha alma com músicas e conversas? Tenho consciência que quando abraço alguém estou trocando energia, e que essa energia reverbera por todo universo?
A Borboleta em seu elegante vestido, me trouxe reflexões muito importantes.
Gratidão Borboleta. Gratidão.
...
Fui lá no pé de graviola visita-la.
Cadê a Borboleta?????
Olhei com cuidado por todo entorno...
Cadê a Borboleta???
Deve ter voado, né? É. Não tem outros animais aqui que poderiam ter cumprido a cadeia alimentar.
Vai ver estava só com uma dorzinha de barriga. :)
G R A T I D Ã O, sobretudo pelo desfecho dessa história.
Ela poderia ter transmutado. Eu já tinha aceitado. Mas não era a hora dela. Que Alegria!
Não posso deixar de considerar a ajuda da Força do pé de graviola. Aquele mesmo que eu falei textos anteriores que soltou muuuuuitas folhas secas, um oceano de folhas no chão no outono/inverno. Hum!!! preciso contar o mágico que aconteceu depois (e ainda está acontecendo). Mas isso é uma outra história.
Por hoje te desejo:
Bons Vôos!
obs. Eu não a fotografei, respeitando seu momento delicado.
Nem tudo na vida é para ser fotografado. É para ser vivido plenamente.