quarta-feira, 31 de agosto de 2016



Tem um pássaro cantando às 2h da madrugada.
Estou aqui meditando se eles têm canto noturno mesmo, ou se este está com insônia, ou se está empolgado com as amoras, ou ainda se está fazendo fundo musical para meus sonhos... É um canto profuuuuuuuundo. Afinadinho. Se for fêmea deve ser uma contralto. Repete a estrofe. Um mantra.
Tem uma mosca aqui fazendo percurssão.
Ops! Agora silenciou... 
Sinto meus mentores me chamando para dentro... hora de me entregar ao sono, apesar de estar desperta devido às várias xícaras de café que tomei à tarde.
Mas não sem antes ir lá fora dar uma espiadinha nas estrelas.
Né? Uma madrugada onde pássaros cantam, deve ter algo bem especial lá.
Não vou conseguir dormir com essa curiosidade.


....


Incrivel!
Sem estrelas. Ou melhor, sem poder ver as estrelas devido ao céu totalmente nublado. E não é só isso! A madrugada está parecendo dia. Céu todo laranja, super claro.
Oxi! Nem estamos em lua cheia, mas a noite aqui parece dia. Mistério.
Então está explicado o canto do pássaro, ele está pensando que está amanhecendo.
Mas o pé de amora está lá, quieto, dormente com seus pesados galhos lotados com frutos.
My God! Já passam das 3h da madrugada.
Fui.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Beijo de Inverno


"Aceitação do que já foi, a Gratidão do que é, e a Esperança do que está por vir."

Já passam 40 dias de inverno. Ainda há folhas secas a serem desprendidas. Mas também já há muitas verdes renascidas. Frutos em silêncio se formam, e muitos já se mostram como bebês em formação. Há os frutos que já passaram do tempo, são ainda de outra estação. Não foram colhidos e por algum motivo eles ainda não se soltaram. Há os frutos que apesar de serem ainda de outra estação, ainda estão em bom tempo.
Nas fotografias que seguem, agradeço os ensinamentos da mãe natureza. Levei um susto ao olhar para os mais de 6 metros de altura da amoreira e vê-la carregada de “bebês”. Uma abundância se prepara para a Primavera.
O Limoeiro rico como é, sussurrou: “Não sente o perfume de minhas flores? É a anunciação do novo fruto. Não vê o fruto ao lado? Está pronto para você. Limão é medicina forte. Veja o outro fruto, ao fundo: esse já passou do tempo. É preciso soltar. Deixar ir.”
E o pé de Graviola, em compaixão apertou meu coração. O fruto encerrou seu ciclo antes mesmo de crescer. São mistérios. Valeu a intensão e força da árvore. Valeu a intensão do fruto. E é meu aprendizado aceitar e soltar.
A amoreira me desperta para a riqueza de tudo que em silêncio cultivei no inverno. Os frutos já são uma realidade, mas estão em formação. É necessário paciência, confiança e cuidado.
O Limoeiro me mostra as 3 fases numa só fotografia: O fruto que já passou do tempo, o fruto ainda maduro e a Flor anunciando o novo fruto. Aceitação do que já foi, a Gratidão do que é, e a Esperança do que está por vir.
O pé de Graviola me mostra que não há nada de errado no fruto que nasceu, mas não cresceu. Está tudo certo. É o mistério.
Gratidão à natureza à minha volta que me inspira a olhar para mim e me conhecer e crescer a cada estação.
Gratidão.